Paz interior como ato de rebelião
O Silêncio interno é a única resistência ao mundo ruidoso.
Em uma de minhas reflexões diárias percebi um fato: A paz verdadeira está na harmonia interna, em ser inteiro.
Tudo quanto acontece no mundo é passageiro e mutável. O tempo é uma matriz de possibilidades e o que está presente, está apenas por um instante dentro da vastidão temporal.
Tudo será esquecido em algum momento, inclusive nós.
O que isto significa? Que todo ruído, todo barulho, toda essa movimentação incessante da modernidade é apenas um desejo de escapar dessa realidade “cruel”.
Adquirir essa inteireza interior, essa paz, é um ato de rebelião necessário.
Se não conseguirmos fazer isso, seremos engolidos pela massa cultural, seremos mais um servo inconsciente dela. É do nosso dever fugir da caricatura, escaparmos do que os outros querem, e querer aquilo que queremos mesmo.
Muitos dos nossos conflitos internos vêm deste dilema:
Fazer o que eu quero ou fazer o que os outros esperam que eu faça.
Isso nos divide em dois, gerando a dissipação do nosso eu.
Esse ato de rebelião, a busca pelo de silêncio interior é o que harmoniza-nos e liberta o nosso coração da ansiedade e desconexão com o mundo.
Pensando fora da caixinha
A grande maioria das pessoas está acostumada a nadar contra a correnteza.
Se o mundo oferece dispersão:
Prazer desgovernado
Conteúdo infinito
O sonho americano e outras ofertas um tanto quanto duvidosas
Os “sábios” atuais oferecem:
Rotinas regradas
Produtividade
Banhos gelados
Jejum de dopamina e outras coisas válidas, mas que não solucionam o problema.
Neste sentido, apenas trocamos o hábito ruim pelo hábito bom, mas isto não significa que realmente mudamos.
Porque até mesmo bons hábitos causam ansiedade, desespero, angústia…
Monte uma rotina diária, por exemplo, e deixe de cumprir alguma parte dela, à partir do momento em que falhar todo o mecanismo de barulho interior começa a vibrar, despertando todos os sentimentos mencionados.
Buscar essas coisas externas é estar no mundo, é cometer o mesmo erro, mesmo nadando contra ele.
Nosso objetivo aqui é sair do rio.
E sair do rio é parar de olhar para fora e começar a olhar para dentro, encontrar harmonia interior.
Nadando para a margem
O primeiro passo é adquirir autoconhecimento.
Não da forma que está descrito em livros de autoajuda. Também não é saber o seu temperamento, tampouco sua camada da personalidade.
É saber quando você está agindo de fora, e quando está agindo de dentro.
Alguns testes de personalidade, como os que mencionei neste texto podem te dar um norte, um símbolo.
O segredo dos Filósofos gregos para vencer a procrastinação.
Reconheço a dificuldade atual quanto a este tema.
Porém estou falando de algo mais além.
É conhecer suas motivações internas e intrínsecas do seu ser. O que te move? O que amas? O que odeias?
Responder essas perguntas com clareza é parte fundamental do processo.
Subindo a margem
Agora, o momento é de descoberta de seus valores inegociáveis.
Atenção, é aqui que a maioria falha. Temem a solidão. Quando subimos a margem, já não estamos mais no rio, e ficamos sozinhos.
Colocar diante do mundo aqueles valores que você não negocia, afasta as pessoas de você.
Na grande maioria dos casos, as pessoas desejam sua humilhação em troca de migalhas relacionais.
É como um calouro que se recusa a participar das prendas ridículas da universidade, ele será esquecido e provavelmente ridicularizado até o fim do curso.
É o preço a se pagar por ser inteiro.
Qual virtude você mais deseja alcançar? Qual aquela que toca seu coração profundamente, que quando fala dela, fala de dentro da sua alma?
Respondendo estas perguntas que você encontrará seus valores.
Nesta etapa é bom estar preparado para a repercussão negativa que vai receber.
Inclusive, na próxima segunda, vou lançar um texto para ensinar vocês a vencer essa etapa.
O processo que eu utilizei e utilizo para identificar meus valores reais, e como moldar a minha vida em torno deles.
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Secando-se
Continuando, assim que subimos a margem, ainda estamos molhados, inundados com o barulho externo.
Por mais que estejamos agindo de nosso interior, nossos velhos hábitos ainda estão ai, fazendo força contra nós.
Agora sim é a hora de trabalhá-los.
O sol, que representa as dificuldades intrínsecas da vida humana, é o mesmo que te seca.
Por mais que seja desagradável, olhando de dentro para fora, você deve abraçar as dificuldades, aceitá-las.
É aqui que a máxima estoica entra:
Algumas coisas estão sob nosso controle, outras não.
Aceitar aquilo que não se pode controlar e seguir firme no propósito é o que irá harmonizar seu interior e te trazer a paz.
Como prática você deve adotar agir em prol do que mais importa: aquela virtude que você quer conquistar e definir regras para alcança-la.
Agir assim é agir com inteireza. Todo seu ser estará em uníssono.
Conclusão
A paz interior é uma rebelião porque é um ato de “sair do mundo.”
E é necessária porque se não a fizermos, enlouqueceremos. A ansiedade é fruto dessa ligação com o mundo, o desejo de controlá-lo, de se adequar a ele.
A terceira etapa é um processo contínuo, que pode levar muito tempo, mas isto não é um problema, na verdade é a matéria da vida mesma.
Vivemos em uma luta constante para conquistarmos nosso eu interior.
Pelo menos é como me sinto.
No mais, espero que comece a nadar.
Atenciosamente,
Anônimo.
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